sábado, 1 de janeiro de 2011

CFA



 # Ultimamente tenho pesquisado muito alguns escritores pela net e fiquei impressionada pela quantidade de gênios da literatura que nós,brasileiros,possuímos e nem damos a devida importância,ou até mesmo nem conhecemos.

Hoje decidi escrever sobre um escritor que nos últimos tempos tem me conquistado,um escritor que nos faz refletir e escreve em seus textos o que nós sentimos mas não temos a sensibilidade necessária para expressar.Hoje vou falar sobre Caio Fernando Abreu.
Para quem não conhece,as devidas apresentações:

Informativo formal :
Caio Fernando Loureiro de Abreu (Santiago, 12 de setembro de 1948  Porto Alegre, 25 de fevereiro de 1996) foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro.Apontado como um dos expoentes de sua geração, a obra de Caio Fernando Abreu, escrita num estilo econômico e bem pessoal, fala de sexo, de medo, de morte e, principalmente, de angustiante solidão. Apresenta uma visão dramática do mundo moderno e é considerado um "fotógrafo da fragmentação contemporânea".

Agora, o informal,por Marcelo Secron Bessa :

Caio Fernando Abreu morreu, em decorrência de complicações da
Aids, em 25 de fevereiro de 1996. Foi uma pena que ele tenha partido
naquele momento. Afinal, a despeito do que comumente se pensa,
quando se tem 47 anos ainda há muita coisa para viver, para ver, rever
e transver. E, no caso de Caio, também  ―  e principalmente  ―  para
escrever.
Também foi uma pena que sua morte tenha ocorrido num
momento profissionalmente tão especial quanto aquele. Desde o início
da década de 1990, alguns de seus livros começavam a ser publicados
em diversos países europeus, obtendo boa recepção. No Brasil, sua obra
ganhava cada vez mais leitores e, finalmente, uma parcela da crítica e
dos meios universitários que ainda eram indiferentes a ela começava a
dedicar-lhe alguma atenção. Enfim, era um momento  ímpar de sua
carreira.
Assim, se hoje estivesse vivo, Caio certamente ficaria feliz em ver o
interesse cada vez maior por seu trabalho. E talvez ficasse um tanto
espantado também. Afinal, ele dizia que sua obra  ―  assim como ele
próprio  ―  caminhava  à margem da literatura brasileira. Via-se como
uma figura um pouco atípica no campo das letras, sem ter onde se
encaixar. No máximo, no plano literário, identificava certa afinidade e
familiaridade com João Gilberto Noll, Sérgio Sant’Anna, Lya Luft e
pouquíssimos outros. Além disso, Caio costumava reclamar de que a
literatura brasileira era feita de bilhetes e telefonemas oportunos e que
não tinha muita paciência para  lobbies  ou autopromoção. Avesso a
esses contatos convenientes e a uma certa "diplomacia literária", teria,
desse modo, prejudicado a divulgação de sua própria obra.
Outro motivo que o fazia sentir-se  à margem foi a utilização, em
seus textos, de temas rotulados como malditos, que lhe valeram a
alcunha de um escritor pesado e baixo-astral. "Eu não sou pesado, mas
sim a realidade", ele retorquia. Também falava de  rock,  astrologia,
drogas e sexo, entregava-se sem receios  à  cultura pop, quando isso ainda era considerado uma heresia, tanto à direita como à esquerda, na
literatura brasileira. "Na minha obra aparecem coisas que não são
consideradas material  digno, literário",  disse meses antes de falecer.
"Deve ser insuportável para a universidade brasileira, para a crítica
brasileira assumir e lidar com um escritor que confessa, por exemplo,
que o trabalho do Cazuza e da Rita Lee influenciou muito mais do que
Graciliano Ramos. Isso deve ser insuportável. Isso não é literário. E eu
gosto de incorporar o chulo, o não-literário." .

-* E alguns trechos de textos dele,pra você entender melhor porque sua obra me toca tanto.

"Nenhuma luta haverá jamais de me embrutecer, nenhum cotidiano será tão pesado a ponto de me esmagar, nenhuma carga me fará baixar a cabeça. Quero ser diferente, eu sou, e se não for, me farei."

"Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha. Amizade também, todas as formas de amor."

" Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'"


                                                                                 Aproveitem,obrigada ;*

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